sexta-feira, 30 de abril de 2010

Esconderijo

Nesse quarto escuro
Existe um menino assustado
Ele é sozinho
E teme que o mundo encontre o seu cantinho
Entrega ele pra cuidar
Eu sei guardar segredo
Eu sei amar
Não conto pra ninguém
Que esse menino é alguém
De barba e gravata e que esse quarto escuro é sua alma

terça-feira, 20 de abril de 2010

Fora!

Ontem... em visita ao dentista, ele disse que não estava usando aliança porque estava machucando. Aí eu dei uma idéia

- Porque você não tatua?
- Nossa! Deve doer... Meu irmão tatuou a dele.
- NOOOOSSA! Que legal, ele tatua? Onde é o estúdio dele.
- Meu irmão morreu
- ...
- [silêncio]
- Eu vou ter que ficar muito tempo com aparelho /muda de assunto...

Mais um fora pra minha lista
(Y)

seeyá!

domingo, 18 de abril de 2010

Faltou no Top Depressão



Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Os pássaros



O que é um sonho ruim,
E o que é um sonho bom.
Que diferença? a vida é igual

Fazer a coisa certa

Tem uma passagem do filme meninas malvadas que eu acho bem legal.
Eu não lembro exatamente qual é...
Mas é algo sobre quando ser picado por uma cobre, tem que extrair todo o veneno.

Acho que isso funciona.
Hoje eu tirei parte do veneno. Eu precisava disso.
Precisava do meu ponto final.

Agora definitivamente é passado, e as coisas podem seguir em frente novamente.
Como se, mais uma vez, nada tivesse acontecido.

As pessoas viram saudade, e só...

;D

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Top Depressão

Estava pensando nas músicas que me deixam triste, deprimido, depressivo, etc... Lá vai:

O Que me Importa - Marisa Monte
Pra mim essa música soa como aquele famoso "tá, nem queria mesmo". Ela é música pra ouvir deitado na cama e chorando. É como correr atrás de alguém que não te ama, e depois, quando a pessoa decide te amar, você diz um não pra ela.
Apesar da vingança ser doce. Isso dói um pouco (pouco?).

Estranho Jeito de Amar - Sandy e Junior
É como ver as coisas saindo do controle e não conseguir resolver sozinho, como estar cansado dos mesmos erros, como ver as coisas indo pra um caminho sem volta. Acho ela meio desesperadora, é o que vem antes da perda. Os erros bobos que fazem o final chegar mais cedo.

Littlest Tinghs - Lily Allen
Acho que é sobre lembrar de alguém muito importante em todas as coisas que se vê. Você acaba gostando de alguém e colocando ela em tudo no seu mundo, aí quando ela vai embora, tudo começa a te atormentar. O mundo todo se volta contra você. Acho essa música pacata, singela e triste.

Lama - Luxúria
Eu vejo Lama como uma música de dúvida, como se nada estivesse muito certo, como não saber como lidar com as coisas. É tipo um "decida-se". As pessoas podem ser confusas quando querem...

Cry - Kelly Clarkson
É como provar da perda, como chorar de verdade pela primeira vez. Arranjar forças pra seguir em frente. Mesmo com seu mundo destruído, seguir em frente fingindo que está tudo certo...

Boulevard of Broken Dreams - Green Day
Pra mim é sobre andar sozinho... Acho que isso resume o sentimento.

Warwick Avenue - Duffy
Eu não acho que essa música seja totalmente pessimista, no final das contas tem até um otimismo nela. Algo como abandonar o que te machuca, deixar uma vida pra trás. Isso é bom. Mas, não sei, é uma decisão muito madura abandonar as coisas, aguentar isso é o complicado

Os Outros - Kid Abelha
É a música perfeita pra quando acaba tudo. É a música mais drama da lista, aquela coisa bem clichê de pensar que a outra pessoa é o melhor que você poderia ter. No mundo real todo mundo sabe que não é bem assim, mas todo mundo sente o que essa música diz. Fato

Love is a Losing Game - Amy Winehouse
Não sei, me dá a sensação de que nada mais vai dar certo. Bem estilo Amy, bem estilo não há mais esperança.

Hurt - Christina Aguilera
O pior não é decepcionar alguém, o pior é não ter como pedir desculpas...

Os Pássaros - Los Hermanos
O mais estranho é que eu penso nessa música, sei lá, sentado na praia, com um céu azul, crianças brincando. E você se sentido só. Acho que é essa a tristeza da música. Acho que nem tem a ver tanto com a letra, mais com a melodia. Não é o tipo da música que se ouve com alguém do lado.

We Might as Well be Strangers - Keane
Eu acho essa música linda, soa como despedida. Se despedir de alguém que mudou, que está completamente ao seu lado, mas é uma pessoa tão diferente que você nem conhece mais. Se desprender...

Robert - Vanguart
Saudade. É, acho que é sobre isso. Quando eu ouço essa música me dá vontade de chorar. É estar desolado, andando de madrugada no centro da cidade sem saber pra onde ir. Tipo, com um buraco no peito, esperando o pior acontecer.

Missing - Evanescence
Existem dezenas de músicas do Evanescence que poderiam entrar aqui, mas pra mim Missing é diferente. Talvez porque não seja tão específica, e talvez porque fale de uma das piores coisas do mundo. Se sentir insignificante. Todo mundo, pelo menos uma vez na vida se sentiu assim. Como se não fizesse diferença nenhuma pra ninguém. Como se fosse invisível. Acho que Missing é um grito mudo de socorro.

Vento no Litoral - Legião Urbana
Meo, de verdade, acho que essa é a música mais triste ever. É ter uma vida com alguém, e ver a pessoa ir embora, assim, do nada. Fazer planos, inserir a pessoa no seu mundo, viver em torno dela, e de repente, se pegar sentando, olhando o mar e se conformando que você está só. Completamente só. Mas a outra pessoa ainda está dentro de você. E isso mata, sério, isso mata.

Uma manhã cheia de coisas...

O dia começou cheio de coisas hoje, parece que eu acordei já tendo vivido metade do dia.

Acordei dez minutos antes, mas minha cama estava tão boa que decidi dormir dez minutos a mais... Aí eu tive um sonho péssimo. Péssimo mesmo. Não foi pesadelo, com monstros e nada, nenhum tipo de sonho de acordar suando e arfando. Foi mais daquele tipo de sonho em que você vê uma situação que há tempos você tenta não ver.
Freud explica. Estava tudo aqui dentro, querendo sair, e eu empurrando pra baixo, colocando debaixo do tapete. Até que o sonho veio e mostrou!
Odeio o meu subconsciente!

Aí eu saí atrasado. Aí eu tava com frio. Aí hoje foi o dia com o céu mais azul que eu já vi. Aí ficou tudo em paz.

O céu merecia uma foto



Bom, não sei. Meu horóscopo diz que eu tô estoradinho hoje. Sei não... To mais pra depressivo.

Vou fazer uma lista do meu Top Depressão e já volto!

See yá!
;D

domingo, 11 de abril de 2010

O Flagrante

José olha fundo nos olhos de Roberto. Os dois levantam suas taças.
– A nós.
– A nós.
Bebem, olhos nos olhos. Nisto a porta do apartamento se abre e entra uma mulher.
– Sueli! - exclama José....
– Arrá! - diz Sueli. – Te peguei!
– O que você está fazendo aqui?
– Me enganando. E com outro homem!
– Sueli, em primeiro lugar, você não me "pegou", porque nós não estávamos fazendo nada. Em segundo lugar, mesmo que estivéssemos fazendo alguma coisa, eu não estaria "enganando" você, pela simples razão de que nós não somos mais casados. Nos divorciamos há muito tempo e eu não devo mais satisfações a você. Se você tem medo de ser enganada, preocupe-se com seu atual marido e...
– Você quer ficar quieto, José? – interrompe Sueli – não estou falando com você. Estou falando com ele.
José aponta para Roberto.
– Com ele?
– É. Meu atual marido.
– Seu marido?!
Roberto está quieto. José, para Roberto:
– Você não me disse que era casado!
– Cala a boca, José – ordena Sueli. Depois dirige-se a Roberto.
– E então, o que você me diz? Dois meses de casado e você já anda com um qualquer. Seu pilantra!
– Um qualquer, não – protesta José. – Lembre-se que eu já fui seu marido.
Sueli começa a chorar. Roberto se aproxima dela.
– O que é isso, Sueli? Fique calma. Nem parece você. Vamos, Suelizinha...
– Não chama de Suelizinha que ela não gosta – instrui José.
Tarde demais.
– Não me chama de Suelizinha!
– Deixa que eu sei fazer – diz José, afastando Roberto e abra¬çando Sueli. – Vamos, Su. Que bobagem.
José beija a orelha de Sueli e mostra para o outro.
– A orelha é importante. Ó.
– Morde ou só beija?
– Pode dar uma mordidinha.
– Deixa eu tentar.
Roberto afasta José e abraça Sueli. Começa a mordiscar sua orelha. Dá resultado. Sueli se acalma. Mas agora José está enciumado.
– Que foi? – pergunta Roberto, notando a cara de José.
– Nada.
– Nada, não. Você está chateado.
– Não é nada.
– Faz cafuné nele — diz Sueli.
– O quê?
– Faz cafuné que ele gosta. Em cima da cabeça.
Roberto começa a fazer cafuné em José. Ao mesmo tempo, mordisca a orelha de Sueli. Nisso a porta se abre e entra outra mulher.
– Anita! – exclama José.
– Eu sabia. Segui você até aqui porque sabia que ia encontrar uma cena assim. Você não tem vergonha? Depois de todas as juras que fizemos?
– Anita, não é nada do que você está pensando – diz José.
– Eu...
– Quer ficar quieto, José? Eu estou falando com ela.
José aponta para Sueli.
– Com ela?!
– Anita – diz Sueli –, vem cá.
Anita se junta ao grupo. Sueli a abraça.
– Pronto, pronto – diz Sueli.
– Roça a nuca dela com o queixo – instrui José.
– Assim?
– É.
Ficam os quatro de pé no meio da sala. Roberto mordiscando a orelha de Sueli, que roça a nuca de Anita com o queixo, e fazendo cafuné em José, que, sem ter o que fazer, pergunta:
– O caso de vocês duas começou antes ou depois do nosso casamento?
– Não é a hora, José – diz Sueli.

Estragou a televisão

-- Iiiih...
-- E agora?
-- Vamos ter que conversar.
-- Vamos ter que o quê?
-- Conversar. É quando um fala com o outro.
-- Fala o quê?
-- Qualquer coisa. Bobagem.
-- Perder tempo com bobagem?
-- E a televisão, o que é?
-- Sim, mas aí é a bobagem dos outros. A gente só assiste. Um falar com o outro, assim, ao vivo... Sei não...
-- Vamos ter que improvisar nossa própria bobagem.
-- Então começa você.
-- Gostei do seu cabelo assim.
-- Ele está assim há meses, Eduardo. Você é que não tinha...
-- Geraldo.
-- Hein?
-- Geraldo. Meu nome não é Eduardo, é Geraldo.
-- Desde quando?
-- Desde o batismo.
-- Espera um pouquinho. O homem com quem eu casei se chamava Eduardo.
-- Eu me chamo Geraldo, Maria Ester.
-- Geraldo Maria Ester?!
-- Não, só Geraldo. Maria Ester é o seu nome.
-- Não é não.
-- Como, não é não?
-- Meu nome é Valdusa.
-- Você enlouqueceu, Maria Ester?
-- Pelo amor de Deus, Eduardo...
-- Geraldo.
-- Pelo amor de Deus, meu nome sempre foi Valdusa. Dusinha, você não se lembra?
-- Eu nunca conheci nenhuma Valdusa. Como é que eu posso estar casado com uma mulher que eu nunca... Espera. Valdusa. Não era a mulher do, do... Um de bigode...
-- Eduardo.
-- Eduardo!
-- Exatamente. Eduardo. Você.
-- Meu nome é Geraldo, Maria Ester.
-- Valdusa. E, pensando bem, que fim levou o seu bigode?
-- Eu nunca usei bigode!
-- Você é que está querendo me enlouquecer, Eduardo.
-- Calma. Vamos com calma.
-- Se isso for alguma brincadeira sua...
-- Um de nós está maluco. Isso é certo.
-- Vamos recapitular. Quando foi que casamos?
-- Foi no dia, no dia...
-- Arrá! Tá aí. Você sempre esqueceu o dia do nosso casamento... Prova de que você é o Eduardo e a maluca não sou eu.
-- E o bigode? Como é que você explica o bigode?
-- Fácil. Você raspou.
-- Eu nunca tive bigode, Maria Ester!
-- Valdusa!
-- Tá bom. Calma. Vamos tentar ser racionais. Digamos que o seu nome seja mesmo Valdusa. Você conhece alguma Maria Ester?
-- Deixa eu pensar. Maria Ester... Nós não tivemos uma vizinha chamada Maria Ester?
-- A única vizinha de que eu me lembro é a tal de Valdusa.
-- Maria Ester. Claro. Agora me lembrei. E o nome do marido dela era... Jesus!
-- O marido se chamava Jesus?
-- Não. O marido se chamava Geraldo.
-- Geraldo...
-- É.
-- Era eu. Ainda sou eu.
-- Parece...
-- Como foi que isso aconteceu?
-- As casas geminadas, lembra?
-- A rotina de todos os dias...
-- Marido chega em casa cansado, marido e mulher mal se olham...
-- Um dia marido cansado erra de porta, mulher nem nota...
-- Há quanto tempo vocês se mudaram daqui?
-- Nós nunca nos mudamos. Você e o Eduardo é que se mudaram.
-- Eu e o Eduardo, não. A Maria Ester e o Eduardo.
-- É mesmo...
-- Será que eles já se deram conta?
-- Só se a televisão deles também quebrou.

Anunciando!

Vou postar duas crônicas do Veríssimo que eu amoooo!

;D

domingo, 4 de abril de 2010

Mosaico

Junte todos os pedaços
Preencha as lacunas
Nem que seja de vazio
De tudo o que você não conseguiu

Complete os espaços
Forme imagens
Nem que sejam assustadoras
Do que você só conseguiu não ter

Recolha seus cacos
Forme um mosaico
E admire a arte de perder

sábado, 3 de abril de 2010

Correção

Eu disse antes que eu escrevia músicas porque não achava ninguém que dizia o que eu estava sentindo...

Correção: a Amy Lee diz.

Lembrei porque Evanescence ainda é minha banda preferida

;D

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Esses maus hábitos adquiridos

Acho que a personalidade tem muito a ver com inúmeros fatores, inclusive com as coisas que agente faz, se acostuma, se habitua e incorpora a pessoa que é.

É como se habituar a saber de tudo, a ler as pessoas, a entender o que as pessoas pensam, querem, sentem. Sempre achei que isso fosse algo como que uma dádiva. Um dom.
Uma coisa boa.

Não sei se é.

Eu ando numa fase meio turbulenta, uma fase onde estou cheio de dúvidas, ponderando sobre o que é bom, o que é ruim. O que é fixo de mim, o que é descartável. Complicado isso, é como fazer aquela faxina no armário, onde a gente insiste em querer guardar aquela roupa linda que já nem nos serve mais.
Eu queria abandonar essas coisas, abandonar o que já não serve mais.

Desabafo justo. O blog é o melhor amigo do homem.

O difícil disso tudo é não saber lidar com o inverso. É quase divertido entender as pessoas, medir os movimentos, os gestos, ações. Saber tudo o que vem antes. Mas isso acompanha, logicamente, o pavor patológico do inverso. O medo sombrio de não conseguir habitar a mente de alguém e viver nessa corda bamba que te empurra pra queda mortal, ou machuca os pés caso você se equilibre. Como se não houvesse saída.

Eu não sei se faço as pessoas felizes, isso me machuca. Não sei como agradar. Nem como lidar com tudo isso.

Aí, do nada, as coisas vão evaporando, sumindo pelos meus dedos, e eu não consigo segurá-las.

A sensação de perda mais uma vez. A sensação de perder algo que nem realmente te pertence, mais uma vez.

Então, era assim que era pra ser?
Mais uma vez...

Timidez meio-a-meio

Odeio isso em mim, sabia? Essa coisa de ser assim, meio tímido.

Quando eu era menor (de tamanho e idade), eu era um ser absurdamente tímido, ficava com as boxexas vermelhas se alguém me dissesse oi.
O tempo passou, eu cresci, mudei muito. Já consigo falar em público, lidar com pessoas desconhecidas.
Mas ainda é muito estranho não conseguir ser eu mesmo quando fico do lado de determinadas pessoas. Justamente para as quais eu gostaria de mostrar tudo que eu sou, tudo de bom que eu posso ter.
Pra essas pessoas eu, estupidamente, reservo meu silêncio e minhas frases desconexas. Pra elas meu legado é tudo o que eu não queria oferecer.
Aí eu sou o cara chato, que ninguém quer perder muito tempo.

Eu dou tão oito ou oitenta pra tudo, deveria ser pra isso também.
Maldita personalidade...

causaconseqüência

Acho que é por isso que eu componho tanto. Porque nunca acho alguma música para as coisas que eu estou sentido.

Me contento com as minhas.

É, acho que é isso...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Toca Raul!

Mas é que se agora
Pra fazer sucesso
Pra vender disco
De protesto
Todo mundo tem
Que reclamar
Eu vou tirar
Meu pé da estrada
E vou entrar também
Nessa jogada
E vamos ver agora
Quem é que vai güentar
Porque eu fui o primeiro
E já passou tanto janeiro
Mas se todos gostam
Eu vou voltar
Tô trancado aqui no quarto
De pijama porque tem
Visita estranha na sala
Aí eu pego e passo
A vista no jornal
Um piloto rouba um "mig"
Gelo em Marte, diz a Viking
Mas no entanto
Não há galinha em meu quintal
Compro móveis estofados
Me aposento com saúde
Pela assistência social
Dois problemas se misturam
A verdade do Universo
A prestação que vai vencer
Entro com a garrafa
De bebida enrustida
Porque minha mulher
Não pode ver
Ligo o rádio
E ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo
Que eu quero descer
Olhos os livros
Na minha estante
Que nada dizem
De importante
Servem só prá quem
Não sabe ler
E a empregada
Me bate à porta
Me explicando
Que tá toda torta
E já que não sabe
O que vai dá prá mim comer
Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada
Prá escolher
Apesar dessa voz chata
E renitente
Eu não tô aqui
Prá me queixar
E nem sou apenas o cantor
Que eu já passei
Por Elvis Presley
Imitei Mr. Bob Dylan, you know...
Eu já cansei de ver
O Sol se pôr
Agora eu sou apenas
Um latino-americano
Que não tem cheiro
Nem sabor
E as perguntas continuam
Sempre as mesmas
Quem eu sou?
Da onde venho?
E aonde vou, dá?
E todo mundo explica tudo
Como a luz acende
Como um avião pode voar
Ao meu lado um dicionário
Cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar
Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano
Que também sabe
Se lamentar
E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar
-E fim de papo!