segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sutilezas

Eu sou fã dessas coisas pequenas, dessas coisas que ninguém vê, ou se importa.

Dia desses eu sentei na calçada pra ver a chuva correr, ver por onde a chuva acaba. Sinceramente acredito que existe muita poesia nessas coisas sutis. Acho que é daí que nascem todas as metáforas, ditados chineses, conselhos de mãe e exemplos grandiosos.
Apreciar o menor é uma arte. Alguns fazem da vida uma grande alegoria, e quanto mais tem ou aparentam ter mais acreditam ser maiores. Enfim, acho que sou meio contra essa teoria. A unidade mínima me atrai muito mais.

Sentir o vento deslocar o cabelo, o efeito que tem sair do sol e entrar na sombra, a temperatura mudando. Ver a variação das cores, as imperfeições escondidas em todos os lugares. Devo ser meio louco.

Não me encaixo muito bem nesse mundo de grandiosidades, grandes cifras, grandes números, grandes celebridades e pouco talento.

Sou mais desse tipo que valoriza o abraço, o braço, um laço, um afago, uma recordação, o momento.

Minimizar-se as vezes pode ser o que te torna grande, penso eu.

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