terça-feira, 23 de agosto de 2011

Exercício teatral (Dramaturgia)

No sábado tivemos um workshop sobre dramaturgia. Muito bom.
A dramaturga orientadora pediu pra construir uma cena a partir disso:

Personagem 1 - Por que você fez isso?
Personagem 2 - Não sei, aconteceu!

Bom, saiu isso.
Não acho que seja bom, mas fica aí registrado.

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Chegando em casa, Maria Ana, após um dia cansativo no escritório se depara com o marido sentado sobre os escombros do que antes era sua casa. Caminhões de bombeiros, curiosos, fumaça e confusão se misturavam com a expressão desanimada e o ar cabisbaixo de seu marido.

ANA: Por que você fez isso?
MARIDO: Não sei, aconteceu!
ANA: Aconteceu? Você explodiu a casa! (pergunta para o bombeiro mais próximo) Explodiu tudo? Tudo mesmo? Até meu lavabo novo? (grita e chora ao ver um vazio mais ao fundo) Meu Deus, meu lavabo... Meu lavabo novinho!
MARIDO: Amor, é que usar a panela de pressãó é muito complicado. Eu tentei...
ANA: Você tentou o que Marcos Eduardo Augusto Fonseca de Melo Junior? (ela vira de costas para ele) Eu nem quero saber o que você tentou fazer... (ela se vira para ele) O que você tentou fazer Marcos? Já te disse que não é pra mexer nas panelas, você não sabe fazer nada! (Ela olha para os escombros, tristonha) Marcos, ah Marcos, por que você não explodiu também?
MARIDO: É que eu saí na hora da explosão. Fui no banco pagar a renovação do seguro da nossa casa.
ANA: (Feliz, a mulher se vira para o marido) Marcos meu amor! Nessas horas eu me lembro o motivo de ter dito "sim" na frente do padre! Casei com você por essa sua inteligência que não falha. Marcos, quando a seguradora deposita a indenização amor?!
MARIDO: Bom, acho que nunca (cabisbaixo).
ANA: Nunca?! Marcos, como assim... "Nunca"? (Ela senta-se de frente para ele, sobre os escombros).
MARIDO: No caminho eu lembrei que tinha esquecido o fogo do feijão aceso, voltei pra apagar. Quando fui entrar em casa, vi que não tinha mais a casa... Tudo explodiu... Bum! Estamos sem seguro.
(Nesse momento a mulher está entrando num dos carros de bombeiro)
ANA: (falando para o bombeiro) Já te disseram que você parece com um ator de cinema... Aquele fortão, que faz filme de guerra (ela aperta o braço dele) Nossa! Que braço grosso, você malha? Mora longe? Posso conhecer sua casa? (os dois saem)

O marido olha, desolado.
Começa chover.

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