segunda-feira, 7 de junho de 2010

Ponto Ponto Ponto

Quando eu era menor eu achava muito engraçada essa necessidade de gente grande de ver final em tudo. Tudo tendo começo meio e fim, tudo tendo o seu desfecho. Clarice Lispector já falava de fim muito antes de eu pensar nele, ela já falava muito da hora da estrela, da temida morte. Do fim dos fins.

Mas a coisa pode ser (e deve ser) vista por uma lente de aumento. Desejamos, então, o fim de tudo. O fim de todas as coisas. Ainda que desejemos meio assim, meio que não desejamos. Assistimos a novela só para saber como vai ser o capítulo final. O meio não acaba servindo tanto quanto parece.

O complicado é que o fim também pode significar começo. Um novo começo.
Então, pensar em acabar, é pensar, também, em começar de novo.
É como um ciclo infinito.

Mas, peraí... Se é um ciclo, se é infinito; não existe fim.
Fim e começo estão no mesmo ponto.

Nossa! Confuso.

A questão é, a gente passa muito tempo pontuando cada ponto final. Mas esquece que pontos finais juntos resulta em reticência.

E reticência não tem fim.
Literalmente...

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